quinta-feira, 19 de junho de 2008

Isto não é uma pedra

“Isto não é uma pedra” surgiu depois de uma visita à exposição de Paulo Brusky, intitulada “construção”, que ocorreu na galeria Pierre Verger, o que me incentivou a realizar uma exposição na mesma galeria. Paulo Brusky é um artista múltiplo, performático que vai de processos anárquicos como a arte postal até as fotografias. A exposição era de fotografias de construções, processos de manutenção, placas de homens trabalhando, com isto surgiram à idéia de simplicidade. Como imagens do cotidiano podem ser muito mais do que mero cenário ao redor?

O processo é a busca de algo; às vezes pisamos em imagens e não percebemos o significado dos signos que pisamos, como Magritte em seu conhecido “Ceci n’est pas une pipe”, que Foulcault buscou de maneira intensa mostrar que realmente aquilo não era um cachimbo ou como a redundância das palavras pode ocasionar um deslocamento de subjeção estética. “Isto não é uma pedra”, são fotos que resgatam a imagem intrínseca da pedra, a fotografia é um registro, não o objeto em si, neste caso “Isto não é uma pedra” é sim uma fotografia impressa em um papel, antes em arquivo digital, às vezes nem isso.

A pedra vem também para lembrarmos de um tema atual, a ecologia, ou melhor devemos nos posicionar a favor de um pensamento ecológico sustentável, até quando vamos esperar sentados todos os nossos recursos se acabarem? No curta-metragem de Walter Sales – “É tudo verdade”, vemos os apelos desesperados de um grande artista brasileiro Franz Kracjeberg, que com a sua maquina fotográfica extrai a beleza dos incêndios criminosos ocorridos no Pantanal. “Isto não é uma pedra” aparece provocando o olhar contemporâneo, direcionando o para a ecologia, trazendo uma introspecção sobre quem nós somos e qual nosso lugar aqui.

A galeria Pierre Verge, sendo exclusiva para fotografias, tem um público diferenciado e especifico. Desde sua afirmação na arte, a fotografia consolidou sua posição nas academias de Belas Artes. Desenvolvo um trabalho de pesquisa, há anos, em gravura e paralelamente fotografia. Tenho participado de diversas mostras coletivas, salões e bienais nacionais e internacionais com gravuras, e agora chegou a hora de buscar novas fronteiras através da fotografia além do que esta é minha primeira aparição individual, este fator inédito, tornou-se um prazeroso desafio.

Neste processo a exposição esta prevista para ocorrer de 13 de junho a 13 de junho de 2008 com 15 fotografias digitais de dimensões de 40X50, onde procuro chamar a atenção do publico, para a variedade de formas e cores encravadas na pedra.

2 comentários:

LY disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
LY disse...

Parabéns!!!W.A.
Você conseguiu, o seu desafio, foi um sucesso...
A exposição arrasou, a suas fotos e o tema ficaram excelentes!!!
Beijus Marly...